segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Programa de Qualidade em Radioterapia---INC

Objetivo
A implementação de um Serviço de Radioterapia é um processo longo e multidisciplinar, que envolve alto custo e requer profissionais de diversas áreas. A primeira etapa para implementação desse serviço é a da escolha e aquisição dos equipamentos que, para os participantes do Programa de Reequipamento Hospitalar do Ministério da Saúde, já foi concluída. A próxima etapa é a elaboração do Projeto de Blindagem, parte central do Relatório Preliminar de Análise de Segurança (RPAS). Esse documento é um dos que devem ser apresentados à CORAD/CNEN para que o serviço obtenha os registros e autorizações necessárias ao seu funcionamento. Aprovado o RPAS, a CORAD/CNEN emite uma autorização para construção (ou modificação) e o serviço pode iniciar as obras físicas para receber as máquinas. Depois da construção, da instalação dos equipamentos e dos testes de aceitação dos mesmos, deve-se apresentar o Relatório Final de Análise de Segurança (RFAS) - Plano de Radioproteção que, se aprovado, habilitará a operação dos equipamentos e o início do tratamento de pacientes. Esse roteiro foi escrito para auxiliar os físicos brasileiros das instituições da ABIFCC, que receberão equipamentos do Ministério da Saúde, na preparação do Relatório Preliminar de Análise de Segurança. O objetivo principal é guiar os profissionais envolvidos nas diferentes etapas, mostrando como se prepara o RPAS de modo que a CORAD/CNEN possa analisa-lo com presteza. O documento deve ser sistematizado com muito cuidado para evitarse recusa, agilizando a aprovação do projeto e habilitando o serviço a receber os equipamentos. A preparação dessa documentação é de responsabilidade da direção da instituição. O RPAS deve ser elaborado por um profissional experiente, preferencialmente um físico supervisor de radioproteção. Geralmente o grupo encarregado do projeto e construção é composto por: Hospital Contratante, Médico Radioterapeuta, Arquiteto, Físico, Engenheiro Civil, Engenheiro Eletricista, Engenheiro Mecânico, Construtor e Vendedor dos Equipamentos. Para assegurar que o processo transcorra sem problemas é vital que a interação entre esses profissionais seja clara e permanente. A coordenação geral deve ser do arquiteto, com a assistência direta do físico, que trabalharão juntos até o inicio das operações, e que serão o elo entre o contratante e os outros, principalmente entre o fabricante dos equipamentos e o construtor. A implementação de um serviço de radioterapia é demorada e o cronograma deve ser realista, incluindo um período adequado para a aceitação dos equipamentos e início dos tratamentos. Além disso, é extremamente importante que todas as exigências legais sejam rigorosamente cumpridas. Dentre elas, destacam-se as autorizações das Secretarias de Saúde e da Coordenação de Instalações Radiativas da CNEN. Nas próximas seções discutiremos em detalhes os itens que devem constar no RPAS. Um prédio para radioterapia não é simplesmente uma construção de tijolos e concreto. Ele envolve também a integração de serviços de energia elétrica, iluminação, condicionamento de ventilação e temperatura, fornecimento de água, drenagem, gases medicinais, acabamento e decoração, tudo conjugado com ergonomia e segurança. Embora os princípios básicos de construção sejam os mesmos, não existe uma solução única do problema e cada caso individual deve ser tratado pela equipe com cuidado e atenção.


Blindagem em Radioterapia: Técnicas e Normas

A figura abaixo é uma planta de um moderno Serviço de Radioterapia associado a um Serviço de Quimioterapia, mostrada aqui como exemplo.

 Planta (sem escala) de um Serviço de Radioterapia.

1.2. Publicações Necessárias
Na elaboração do RPAS deve-se seguir as recomendações das normas abaixo, que podem ser encontradas no en ereço da internet cnen.gov.br ou adquiridas no Serviço de Informações Nucleares da CNEN, R. General. Severiano, 90 RJ, fones (021) 546-2301 e 546-2308 ou fax (021) 546-2447: 1.CNEN NE-3.01: Diretrizes Básicas de Radioproteção. 2. CNEN NE-3.02: Serviços de Radioproteção. 3. CNEN NE-3.03: Certificação de Qualificação de Supervisores de Radioproteção.

4. CNEN NE-3.06: Requisitos de Radioproteção e Segurança para Serviços de Radioterapia. 5. CNEN NE 5.01: Transporte de Materiais Radioativos. 6. CNEN NE 6.02: Licenciamento de Instalações Radiativas. Para os cálculos das blindagens sugerimos as seguintes publicações: 1. HMSO (1971). Handbook of Radiological Protection. Part 1: Data. 2. ICRP 26 (1977). Recommendations of the ICRP .

Blindagem em Radioterapia: Técnicas e Normas

3. ICRP 33 (1981). Protection Against Ionizing Radiation from External Sources. 4. ICRP 44 (1985). Protection of the Patient in Radiation Therapy. 5. ICRP 60 (1990). Recommendations of the ICRP . 6. IPSM 46 (1986). Radiation Protection in Radiotherapy. 7. NCRP 49 (1976). Structural Shielding Design and Evaluation for Medical Use of x-rays And Rays of Energies Up To 10 MeV. 8. NCRP 51 (1979). Radiation Protection Design Guidelines for 0,1-100 MeV Particle Accelerator Facilities. 9. NCRP 79 (1984). Neutron Contamination from Medical Accelerators. 10. NCRP 102 (1989). Medical x-ray, Electron Beam and Gamma Ray Protection for energies up to 50 MeV (Equipment design, performance and use).

11. McGinley P (1998) Shielding Techniques for . Radiation Oncology Facilities. 12. Mould, R.F. (1990) Radiation Protection in Hospitals. Adam Hilger Pub. 13. Wright, A. E. (1992) Medical Physics Handbook of Radiation Therapy MPP . Além delas deve-se ter também os manuais dos fabricantes que contenham as especificações técnicas dos equipamentos e as instruções de instalação. No final desta apostila apresentamos uma bibliografia relativamente extensa com livros texto, publicações e trabalhos importantes e pertinentes para nosso objetivo. A figura abaixo é uma vista explodida de uma sala de acelerador linear. Notar posição da máquina, blindagem de feixe primário e radiação secundária, labirinto, porta e entrada para ar condicionado na bandeira da porta.

 Vista explodida de uma sala blindada em concreto para acelerador linear.



Blindagem em Radioterapia: Técnicas e Normas

2. PROJETO
2.1. Aspectos Legais
A portaria 1884/1994 do Ministério da Saúde estabelece que, para a implementação de um serviço de radioterapia onde se possa realizar consultas médicas de programação, preparar o paciente, realizar procedimentos de enfermagem, efetuar o planejamento de tratamento (cálculos, moldes, máscaras, simulação, etc.), aplicar radiações ionizantes terapêuticas com equipamentos apropriados e zelar pela proteção e segurança dos pacientes, operadores e ambiente. Um serviço deve ter, no mínimo: 1 consultório indiferenciado com 7,5 m ;

Sanitários para funcionários; Vestiário para pacientes; Sala de utilidades; Copa; Câmara escura; Sala administrativa; Depósito de equipamentos; Sanitários para pacientes; Área para macas e cadeira. Essa mesma portaria determina, ainda, que o serviço deve atender às recomendações da norma CNEN NE-3.06, que trata especificamente da radioproteção e segurança em radioterapia. Este documento estabelece os requisitos necessários para a instalação e operação de um serviço de radioterapia, e suas proposições formam o arcabouço legal que deve ser atendido nos planos de radioproteção. Resumidamente, a norma inicialmente apresenta várias definições, depois apresenta as condições gerais, que incluem a justificação das atividades, as responsabilidades básicas dos diferentes profissionais, as condições de um plano de radioproteção, os requisitos gerais quanto a instalações e equipamentos, os requisitos gerais de radioproteção, os procedimentos e dispositivos de segurança, o controle e monitoração da área, os requisitos de blindagem, os instrumentos de medição necessários, os requisitos de garantia de qualidade, os requisitos de projeto e operação, os registros e inspeções e, finalmente, orientações para o planejamento de instalações e para o projeto das blindagens em radioterapia. Essa apostila segue as recomendações acima, sendo um complemento para seu atendimento.

1 sala de preparo e observação de pacientes com 6,5 m2; 1 posto de enfermagem com 6 m2; 1 sala de serviços gerais com 6 m2; 1 oficina para confecção de moldes e máscaras com 10 m2; 1 sala para simulador (que pode ser a mesma que a de braquiterapia de alta taxa de dose), com área e blindagem compatíveis com os equipamentos; 1 sala de planejamento e física médica com 10 m2; 1 sala de comando para cada equipamento com 6 m2 cada; 1 sala de terapia para cada equipamento de tratamento, com área e blindagem compatíveis com a máquina; Sala de espera de pacientes e acompanhantes; Área de registro de pacientes; Depósito de material de limpeza;


Blindagem em Radioterapia: Técnicas e Normas

 Papel do Arquiteto
Os departamentos de radioterapia devem ser instalados, preferencialmente, em andar térreo, na periferia do complexo hospitalar, para evitar os problemas de radioproteção que surgem se as salas de tratamento estiverem próximas a locais de alta ocupação. Sendo possível, deve ser um bloco independente e exclusivo e sem ocupação sobre o teto. Construções subterrâneas são aceitáveis, mas muito caras, e construções acima do térreo não são recomendadas. A situação em relação ao hospital deve ser tal que facilite a entrada de pacientes ambulatoriais, proporcionando maior facilidade de interação com os outros serviços hospitalares, principalmente a locomoção de pacientes internados e os exames complementares. Depois de definidas a área a ser construída, as máquinas e as necessidades do serviço, o arquiteto, líder do projeto, começa a encaixar todas as peças, detalhando o projeto. Nessa etapa, é necessária a participação de toda a equipe: médicos, físico, administração e engenheiros, que devem assegurar que a construção estará terminada e que todos os requisitos de pré-instalação exigidos pelos fabricantes estarão executados na chegada dos equipamentos. Consultas aos fabricantes são extremamente importantes e, a maioria deles, possui departamentos de ajuda aos usuários que fornecem todas as informações necessárias. No caso de uma nova sala ou departamento, o arquiteto deve preparar vários desenhos em escala, incluindo locação do terreno, planta de situação, fachada e diagrama de cobertura, planta detalhada do departamento e planta e cortes detalhados das áreas blindadas, incluindo vizinhanças, que atendam as normas legais de construção. A seguir é mostrada uma lista de itens a serem considerados quando se projeta uma sala de tratamento :

Acesso Para a máquina Para macas e cadeira de rodas Segurança Blindagem Porta de Entrada Sinalização de Radiação Indicação de Feixe Ligado Botões de Emergência Microchaves de Segurança Comunicação com o Paciente Janela ou Circuito fechado de TV Intercomunicação Oral Armazenagem Dentro da Sala Aplicadores Blocos de blindagem Dispositivos de Imobilização

Armazenagem na Área de Controle Prontuário do Paciente Registro dos Tratamentos Registro dos Defeitos e Emergências Registro de Controle de Qualidade Registro da Performance da Máquina Equipamentos de Dosimetria Equipamentos de Testes Peças de Reposição Dispositivos de Alinhamento por Laser Controle de Iluminação Energia Elétrica Para a Máquina Para os Instrumentos de Dosimetria Água e Esgoto Gases Medicinais Decoração Acomodação dos Pacientes Sala de Espera Sala de Troca de Roupa


Blindagem em Radioterapia: Técnicas e Normas

No detalhamento das áreas blindadas o arquiteto deve ser informado pelo físico sobre as espessuras de blindagem necessárias para instalação de cada máquina. Deve-se levar em consideração as implicações de direcionamento do feixe primário para o teto e paredes e sobre o melhor posicionamento da máquina em relação ao labirinto, porta e área de controle. Para máquinas isocêntricas, o projeto deve-se desenvolver em torno da posição do isocentro. O fabricante deve fornecer o manual do equipamento, com todos os requisitos de instalação, tais como as dimensões mínimas da sala. Deve-se informar também se existe necessidade de um recesso no chão e de sustentadores de peso no teto, quais os métodos de instalação e de manutenção e a natureza e tamanho da máquina e dos equipamentos auxiliares como, por exemplo, gabinete do modulador, gabinetes eletrônicos, controles, resfriadores, regulador de tensão, etc. O projeto de blindagem, incluindo as espessuras das paredes e porta e a posição do labirinto requer intensa colaboração com o físico, que deverá fornecer um desenho detalhado para ser usado como base ao projeto final. A partir desse desenho, o arquiteto arranjará as acomodações para os equipamentos auxiliares e planejará as salas de controle, de espera, de troca de roupas, recepção. No caso de reforma o problema é um pouco diferente e mais difícil, já que a sala existe e geralmente a altura e o labirinto não podem ser modificados. Isso pode exigir a fixação de materiais de blindagem mais densos, dificultando a entrada da máquina. Em alguns casos pode ser necessário quebrar uma parede ou até o teto para permitir a entrada do equipamento. Deve-se tomar cuidado especial no caso da sala ser muito antiga ou da máquina a ser instalada ter energia maior que a substituída. Salas antigas podem ter sido planejadas obedecendo a normas de radioproteção menos restritivas que as atuais e não oferecer blindagem adequada. Nos dois casos as blindagens terão que ser aumentadas para atender às normas vigentes e muitas vezes isto é impossível em serviços já construídos.

Os materiais mais comuns para radioproteção em radioterapia são o concreto de densidade normal ou o de alta densidade, placas de aço e/ou lâminas de chumbo. Concreto comum é o material mais barato e simples de se usar. Caso haja restrição de espaço deve-se considerar o uso de materiais alternativos. Em algumas situações, principalmente na reforma de uma sala ou em construções próximas a áreas muito ocupadas, onde o espaço é fundamental, pode ser necessário usar placas de aço ou uma combinação de aço e concreto, de modo a manter mínima a espessura da blindagem e máximo o tamanho da sala. Embora concreto seja o material mais indicado, sua densidade não é tão uniforme quanto à do aço ou do chumbo e, por isso, seu uso requer cuidado. A equipe de engenharia deve se tomar especial cuidado na armação, nas juntas, na seqüência de lançamento, na vibração e na cura do concreto para evitar o aparecimento de fissuras, buracos ou dilatações. Nas novas construções é dada preferência pelo concreto de densidade média 2 350 Kg/m3, mas admite-se pequena flutuação pela variação local dos componentes. Concretos de alta densidade (com barita ou hematita) e aço devem ser usados somente quando o espaço for limitado. Chumbo ou aço são indicados para revestimento de portas e, algumas vezes, para recessos de parede onde se instalam lasers ou caixas de junção. Junto com a sala de tratamento o arquiteto deve planejar a sala de controle. A escolha será entre uma sala fechada ou uma aberta. Na primeira, os técnicos e equipamentos ficam visualmente isolados dos pacientes. Na segunda os técnicos podem realizar suas atividades e, ao mesmo tempo, supervisionar os pacientes em espera. Nos dois casos é essencial situar a mesa de controle e equipamentos de modo que se tenha total e permanente controle de acesso à sala de tratamento e que os pacientes em espera ou outros indivíduos não possam ver os que estão sendo tratados. Nessa etapa é importante que os técnicos participem do projeto, já que estão na melhor posição para informar como o departamento trabalha e quais são suas neces15

Blindagem em Radioterapia: Técnicas e Normas

sidades. A equipe de projetistas deve ainda considerar como fazer a melhor ligação entre a sala de controle e a de tratamento, providenciando as melhores condições de iluminação e refrigeração do ambiente de trabalho, levando sempre em conta a ergonomia e a eficiência.

 Papel dos Engenheiros
O papel dos engenheiros é assegurar que a sala do equipamento possa ser construída da maneira como foi planejada. Para paredes de concreto isso inclui a armação e a concretagem e, se forem usadas placas de aço ou chumbo, a forma como elas serão fixadas nos locais apropriados. Deve-se assegurar que o método de construção é tal que não existirão buracos ou juntas pelas quais a radiação possa escapar, e, que as especificações e os controles dos materiais, dosagem (composição), densidade, propriedades mecânicas, elásticas e térmicas são as necessárias e atendem ao projeto. No caso de reforma, é mais simples aumentar a blindagem das paredes laterais do que do teto, onde as condições de trabalho são geralmente limitadas pelo espaço. Normalmente, é mais fácil construir ou suportar estruturas adicionais sobre o teto do que sob ele, mas, nesse caso, deve-se tomar especial cuidado com a carga adicional e com o isolamento hidráulico. Se a blindagem tiver que ser adicionada abaixo do teto deve-se sustenta-la por vigas de concreto ou de aço que atravessam toda a sala e se apóiam nas paredes existentes, ou em colunas de aço instaladas dentro da sala. No caso de construção de colunas e vigas internas a reforma pode ser impossível, devido à diminuição do espaço da sala. Juntamente com a equipe de projetistas, os engenheiros devem programar os serviços de suprimentos elétricos, hidráulicos, condicionamento de ar, fornecimento de gases medicinais, etc., que interligarão a máquina na sala de tratamento aos equipamentos associados na sala de controle e/ou outros locais de origem. As rotas para esses serviços devem ser cuidadosamente planejadas antes da

concretagem do piso. Deve-se certificar da quantidade e dos diâmetros das tubulações, de como elas se interligam nos diferentes equipamentos, qual a profundidade e curvatura adequadas e como elas entram na sala blindada. Prioritariamente, deve-se evitar passagem direta da radiação pela estrutura de blindagem, o que se consegue através da entrada dos dutos em curvas ou por acesso sob o alicerce da sala. Como medida de segurança, todas as passagens e dutos devem atravessar a blindagem fora do feixe primário de radiação. Passagens para condicionamento de ar devem chegar pela bandeira da porta, na região do labirinto. Cabos de dosímetros devem penetrar próximos ao controle por tubo de 10 mm de diâmetro, inclinado em relação à parede, em direção ao piso interno. Os cabos elétricos e a alimentação hidráulica devem penetrar na sala por canaleta profunda próxima ao controle. Os engenheiros devem estar atentos para os recessos no chão, necessários para a instalação das bases de sustentação da máquina e da maca. Como as bases exigem um buraco no chão, deve-se saber quais as condições de sustentação e de hidrografia do solo, de modo a evitar futuras infiltrações e abatimentos. Tanto o piso quanto o recesso devem ser impermeabilizados antes do acabamento. Na parte de serviços é que ocorre a maioria dos problemas de instalação de um novo equipamento, principalmente quando se tratar de reforma. A carga elétrica, por exemplo, pode ser insuficiente, ou os dutos elétricos e hidráulicos podem estar mal posicionados. Não é raro que as plantas estejam defasadas e incompletas e tenham que ser refeitas. O acabamento e a decoração compõem a parte final do projeto. Ela deve ser planejada cuidadosamente, se possível com a assistência de arquiteto de interiores. A primeira preocupação deve ser a da facilidade de limpeza e desinfecção. Paredes pintadas a óleo, piso de granito e teto rebaixado de gesso oferecem acabamento adequado. As cores, texturas, mobiliário, etc., devem ser tais que proporcionem sensação de tranqüilidade e limpeza. Quadros, plantas e até um aquário melhoram bas-


Blindagem em Radioterapia: Técnicas e Normas

tante o ambiente. As salas de tratamento e de controle devem estar integradas ao acabamento e decoração de todo o departamento de modo a oferecer um ambiente agradável de trabalho. Parte importante nesta etapa é a sinalização de circulação indicando claramente as áreas de acesso restrito.

 Detalhamento
O acesso às salas de tratamento deve ser largo o suficiente para tornar possível a entrada da máquina, de macas e cadeiras de rodas. O piso deve suportar as pesadas cargas dos equipamentos e permitir que as caixas circulem sem interferências. A instalação de uma porta na entrada das salas de tratamento é mandatária. Embora uma sala com labirinto bem projetado possa não exijir blindagem na entrada, a existência de uma barreira física é imprescindível para evitar a circulação de pessoas não autorizadas. A blindagem da porta é necessária quando não se tiver espaço suficiente para um bom labirinto ou quando a sala receber novo equipamento de energia mais alta. Nos casos de reequipamento, a aquisição de aparelhos com beam-stopper pode ser uma boa solução. Para máquinas com energia de fótons e/ou elétrons igual ou maior que 10 MV, pode ser necessário blindar a porta para fotoneutrons, especialmente se o labirinto for único e muito curto. Portas motorizadas devem ter um mecanismo auxiliar que permita a sua abertura no caso de falha mecânica ou elétrica. Como são lentas, a provisão de meia abertura facilitará o trabalho dos técnicos. É imprescindível que a porta possa ser aberta de ambos os lados e, embora não exija fechadura, deve-se instalar um dispositivo, por exemplo, magnético, que assegure o fechamento numa exposição. Portas pinoteadas bem balanceadas são mais ergonômicas e fáceis de manusear. A blindagem da porta deve ser contínua e homogênea e se estender alguns centímetros além do vão de entrada para evitar a existência de frestas. A facilidade corta fogo e o intertravamento elétrico que impeça a exposição com a porta aberta também são mandatários.

A sala de controle deve se situar próxima à porta para que os técnicos mantenham vigilância permanente no acesso e para que seu trabalho seja realizado com mais eficiência e presteza. Essa sala deve ser ampla o suficiente para acomodar o pessoal, o mobiliário e os equipamentos de controle e dosimetria, deve ter vários interruptores e tomadas elétricas para o acionamento da iluminação e instalação dos equipamentos, circuitos fechados de TV, intercomunicador, dosímetros, computadores, impressoras, etc. É importante a instalação de uma chave geral para desligar tudo numa emergência. Para evitar danos aos equipamentos, todas as tomadas devem ser aterradas e estar ao mesmo potencial e fase. Os cabos condutores de eletricidade devem estar fora da vista, mas não fora de acesso. Eles devem correr facilmente para dentro da sala de tratamento, entrando preferencialmente através de canaleta construída sob o alicerce. Todos os dutos devem ter diâmetro compatível com os serviços que vão receber. Um item extremamente importante, e geralmente esquecido pelos fabricantes, é a instalação de dutos de reserva, tanto para os cabos elétricos quanto para água, esgoto e ar condicionado. Não é raro que dutos de serviços, principalmente de água e esgoto, tornem-se entupidos no decorrer dos anos e impeçam seu uso. O material dos dutos de serviços deve ser compatível com sua utilização. Cabos elétricos, p.ex., devem correr em tubos de PVC e água, em tubos de cobre. Sinalização de segurança é mandatária. Deve-se afixar na porta o sinal internacional de presença de radiação (trifólio) com dizeres CUIDADO RADIAÇÃO e telefones dos responsáveis e de quem acionar em casos de emergência. Um sinal automático de aviso de prontidão para irradiar e outro de presença de radiação deve-se fazer presente e visível na mesa de controle, na entrada sobre a porta e dentro da sala de tratamento. Esse sinal geralmente é feito com duas lâmpadas, uma verde para indicar prontidão e outra vermelha para indicar radiação. Normalmente o fabricante já a fornece no console de controle, mas a sinalização da entrada e a do interior da sala blindada é instalada pelo departamento. A visibilidade dos avisos de seguran17

Blindagem em Radioterapia: Técnicas e Normas

ça deve ser total, isto é, a iluminação e as cores devem ser intensas e o tamanho apropriado. Uma configuração otimizada contém um sinal escrito de Área Restrita na sinalização verde de prontidão e outro com Radiação-Entrada Proibida na vermelha, piscando intermitentemente durante a exposição. A primeira deve-se acender quando a porta for fechada e permanecer neste estado até sua abertura. A vermelha deve ser acionada enquanto houver exposição. As lâmpadas devem ser incandescentes para evitar a demora das fluorescentes. Para equipamentos de telecobalterapia ou de braquiterapia de alta taxa de dose, deve-se instalar um detector ambiental de radiação independente (GM ou similar), com sinalização de exposição na mesa de controle e na entrada da sala. O sinal do monitor deve indicar a condição de fonte exposta e ser visível. Esse equipamento é mandatário, pois permite um controle que independe das condições de operação da máquina de tratamento. Botões de emergência devem ser instalados nas áreas de controle e de tratamento e seu posicionamento deve ser tal que facilite a identificação e impeça a operação acidental. As salas de tratamento exigem a instalação de sistema de água para resfriamento do acelerador linear, de água e esgoto para higiene das mãos e para dosimetria. É necessário um sistema de ar condicionado e, muitas vezes, de um sistema de gases medicinais para anestesia e recuperação do paciente. Geralmente, os circuitos de resfriamento são fechados e conectados a um reservatório externo. Seus dutos condutores devem obedecer às condições do fabricante e, como precaução, instalados em duplicata. Normalmente esses sistemas correm sob o piso e é aconselhável que sejam em canaletas com cobertura desmontável. O reservatório externo especificado pelo fabricante deve ser instalado próximo à sala blindada, construído de modo a facilitar os serviços, a drenagem e a limpeza. É necessário instalar bombas de recalque em duplicata e que possam ser acionadas a partir da área interna do departamento. O sistema de esgoto da pia deve ser bem adaptado e ter ralo no chão para, quando necessário, drenar a água de resfriamento e de dosimetria e facilitar a impeza da sala. A entrada de todos os tubos na sala deve ficar fora do feixe primário e devem ser curvos, de modo a evitar o escape de radiação. Piso e recessos devem ser impermeabilizados. Deve-se tomar especial cuidado com a hidrografia do solo e a existência de lençóis freáticos. Se esses forem superficiais, podem inundar a sala numa chuva intensa e causar danos irreparáveis à máquina. A drenagem do solo é um dos primeiros itens na construção, e deve ser executada com técnica apurada . O sistema de ar condicionado deve climatizar adequadamente o ambiente e proporcionar recirculação do ar. Pode-se usar um sistema de ar condicionado central ou um sistema tipo split . No primeiro, indica-se a entrada pela bandeira da porta, tomando-se cuidado para evitar a saída de radiação secundária. O duto de entrada deve ser blindado por lâminas de chumbo ou por absorvedores de fotoneutrons, e, uma boa solução é faze-lo entrar em curva sobre a porta. Os sistemas tipo split facilitam a radioproteção, já que a canalização é feita por tubos de pequeno diâmetro, que podem entrar na sala fazendo curvaturas, eliminando o escape de radiação. Nesse caso deve-se provisionar a renovação de ar, pois o sistema não possui recirculador. A melhor rota dentro da sala é sobre um teto falso rebaixado, seguindo o labirinto. Em ambos os casos exige-se construção de sala externa para acomodar o maquinário. Sistema individual de ar condicionado é contra indicado porque exige grande abertura numa parede e blindagem adicional complicada. Um sistema de abastecimento de gases medicinais é imprescindível na sala de braquiterapia de alta taxa de dose e algumas vezes é indicado nas de teleterapia e simulação. Aplicam-se os mesmos cuidados que para os dutos de água e eletricidade em relação à tubulação e posicionamento e deve-se provisionar cuidadosamente a segurança para gases inflamáveis. Várias tomadas e interruptores elétricos devem ser instalados nas paredes da sala, principalmente próximas ao gantry. Elas são necessárias para a iluminação, para os lasers de posicionamento, para

Blindagem em Radioterapia: Técnicas e Normas

serviços de limpeza e manutenção, para os equipamentos de dosimetria, para as câmaras de TV, para o monitor ambiental de radiação, para ventiladores, quando o sistema de ar condicionado entra em pane, para os botões de emergência, para os sinalizadores, etc. Se existir um recesso para o modulador ou para a mesa de controle, ele também deve ser iluminado para facilitar o serviço. Para assegurar a radioproteção adequada, caso as caixas de passagem ou lasers sejam embutidos nas paredes blindadas, deve-se fixa-los em placas de aço fundidas no concreto com dimensões de 4 cm de espessura e margem extra de 2,5 cm em relação à caixa. Essas peças de fixação e blindagem são necessárias tanto para os recessos internos quanto externos à sala. A visualização do paciente é mandatária e idealmente deve ser feita com duas câmaras de TV, posicionadas defronte ao aparelho para ótima monitoração. Uma delas deve focar no isocentro e a outra dar uma visão panorâmica do paciente e da máquina. O sistema de duas câmaras amplia o campo de monitoração e uma serve de reserva para a outra, no caso de defeito. Nenhum tratamento pode ser realizado se o paciente não for visualmente monitorado. Se o tratamento é feito fora da mesa ou do isocentro, como no caso de irradiação de corpo inteiro, deve-se provisionar a melhor posição de instalação. Dispositivos de controle remoto possibilitam o ajuste automático de foco, do zoom, do controle da íris e da direção. A instalação de um sistema de intercomunicação oral de duas vias é mandatária e deve ser feito entre a sala de controle e a de tratamento, permitindo que tanto a voz do técnico quanto à do paciente sejam audíveis. O mobiliário da sala de tratamento deve oferecer condições para o armazenamento de todos os dispositivos usados pelo serviço. Uma sala de teleterapia, por exemplo, deve guardar blocos de blindagem, bandeijas, máscaras de fixação, filtros em cunha, aplicadores de elétrons,

posicionadores, material de bólus, acessórios da unidade de tratamento, fantomas para dosimetria, eletrômetros, réguas, espessômetros, etc. Recomenda-se a instalação de piso antiestático nas salas de tratamento e controle, já que vários computadores, dispositivos eletrônicos e gases inflamáveis serão usados. Um item extremamente importante e muitas vezes negligenciado é a instalação de duto apropriado para passagem de cabos de dosimetria. Ele é essencial para facilitar e agilizar os procedimentos dosimétricos e imprescindível nas salas com longos labirintos. Esses dutos devem partir da sala de controle próximo à mesa e atravessar a parede blindada, de modo a impedir a incidência de radiação primária e minimizar a de secundária. Nenhum tubo deve entrar perpendicularmente à parede. Normalmente os cabos de dosimetria correm sobre o piso, mas, se possível, deve-se fazer com que eles fiquem embutidos, para evitar danos. Devemos nos lembrar que a dosimetria moderna exige uma variedade de cabos como, pôr exemplo, para calibração padrão, para movimentação automática de câmaras de ionização dentro de fantomas, para dosimetria in-vivo, para conexão de computadores, etc. Dessa forma, o duto deve ser planejado adequadamente. Se algum cabo de dosimetria for permanente, deve-se provisionar sua entrada pela canaleta de serviços, sua saída próxima à mesa de tratamento e evitar que corram sobre o piso. O acabamento do duto de dosimetria no lado externo deve ter maior espaço para ser preenchido por blindagem extra removível quando o mesmo não estiver sendo usado. A presença de lintel interno, que muitas vezes é exigida pela estrutura, é uma boa forma de reduzir a radiação espalhada no labirinto, principalmente para fotoneutrons. Chicanas e bicos também contribuem, já que aumentam as trajetórias de reflexão. Como eles diminuem também o espaço livre, devem ser projetados cuidadosamente de modo a não interferir no acesso à sala de tratamento.



Blindagem em Radioterapia: Técnicas e Normas

 FORMATO E APRESENTAÇÃO
 Estrutura Geral do RPAS
O Relatório Preliminar de Análise de SegurançaRPAS é o documento hábil para obtenção das Autorizações de Construção e de Importação dos Equipamentos geradores de radiação ionizante junto a CNEN. Note-se que, mesmo na posse da autorização de construção e de importação, o serviço ainda não está apto a operar seus equipamentos. Para tal, depois da instalação, da monitoração radiométrica e dos testes de aceite e comissionamento e, antes de iniciar os tratamentos, deve-se obter junto a CNEN a licença de operação, através de Relatório Final de Análise de Segurança, que não é objeto do presente roteiro. Tanto nas novas instalações quanto nas modificações de instalações já existentes, o processo se inicia com uma carta do Diretor responsável pela instituição à Coordenação de Instalações Radiativas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CORAD/CNEN), apresentando o serviço e descrevendo resumidamente o que pretende. Em geral uma página de texto é suficiente. Junto à carta segue a Solicitação de Concessão de Licenças e Autorizações (SCRA), formulário padrão da CORAD, que é auto-explicável e de preenchimento simples e que pode ser obtido na home-page da CNEN (http://www.cnen.gov.br) . O envio do SCRA é obrigatório. Desde o início de 1999, a CNEN foi autorizada por Lei Federal a cobrar taxas de licenciamento. A forma de pagamento ou de pedido de isenção dessas taxas pode também ser encontrada na página da CNEN na internet. Na elaboração do RPAS deve-se seguir as recomendações do presente roteiro, apresentando-o da seguinte maneira: lumes contendo o sumário geral, o índice de tópicos e definição das abreviações, siglas, símbolos e termos especiais. Estes devem ser usados de forma consistente em todo o relatório. As informações referentes a rejeitos e transporte, quando aplicável, devem constar em um capítulo exclusivo e independente das demais informações. Todas as informações devem ser apresentadas de modo claro, conciso e preciso. Sempre que possível utilizar tabelas, gráficos, esquemas, diagramas e plantas. O RPAS deve obedecer às seguintes especificações gráficas: Dimensões do Papel: Folhas de texto: 21,0 x 29,7 cm2 (A4) Esquemas e Gráficos: De preferência 21,0 x 29,7 cm2 (A4). Pode-se usar dimensões maiores, desde que a cópia completa dobrada não ultrapasse A4. Plantas: Tamanho A0 ou A1, em escala 1:50 para detalhes, 1:100 para planta baixa e 1:500 para situação, dobradas para A4, com o carimbo de identificação na frente, que deve conter o endereço do serviço, a assinatura e o número no CREA do arquiteto ou engenheiro responsável pela obra. É recomendável, embora não seja obrigatório, que contenha também a assinatura e número de registro na CNEN do supervisor de radioproteção e a assinatura do diretor responsável pela instituição.

 Conteúdo do RPAS 3.2. Composição do RPAS
O RPAS deve ser apresentado em capítulos, seções e outras subdivisões, na ordem detalhada dos itens que se seguem: Enviar para análise da CORAD/CNEN dois vo3.3.1.Identificar o Serviço na página de rosto. Colocar o nome oficial, o nome de fantasia, o endereço, telefone, telefax e e-mail, o nome e a qualificação do diretor responsável, o nome e número de registro no CBR do médico radioterapeuta

Blindagem em Radioterapia: Técnicas e Normas

responsável e o nome e número de registro na CNEN do físico supervisor de radioproteção (caso esse já tenha sido contratado nessa fase do processo). Anexar o contrato social. .Descrever o(s) Equipamento(s) emissor(es) de radiação ionizante. Colocar todas as informações para a identificação completa da máquina: Fabricante; Modelo; Tipo; Radiação(ões) emitidas; Energias; Montagem (isocêntrica ou não); Taxa de dose nominal; Campo máximo de irradiação; Fuga máxima pelo cabeçote e, se pertinente, transmissão pelo beam stopper certificadas pelo fabricante; Atividade máxima do radionuclídeo; TVL de feixe largo em concreto comum e em quaisquer outros materiais de blindagem utilizados, para o feixe primário, para a radiação de fuga e para a radiação espalhada em todas as energias de fótons, etc. .Descrever resumidamente o funcionamento do equipamento. Anexar catálogos. .Apresentar os Trabalhadores e sua Qualificação. Identificar o diretor, o radioterapeuta e o supervisor de radioproteção responsáveis e seus substitutos em casos de impedimentos e descrever suas atribuições, responsabilidades e horário de trabalho. Para outros funcionários só é necessária à descrição das atribuições. Descrever os Instrumentos de Detecção e Monitoração da Radiação que serão adquiridos: Identificar o(s) monitor(es) portátil(eis) de área e o(s) dosímetros(s) clínico(s). .Descrever as Instalações do Serviço. Apresentar as instalações, descrevendo as salas blindadas e as de apoio, classificando-as como li-

vres ou restritas. Descrever o laboratório de preparo de fontes (braquiterapia convencional), as salas de tratamento e simulação, as salas de controle e de espera, de exames, banheiros, etc. Identificar acesso(s), porta(s), gaps, overlaps, material(ais) da(s) parede(s), tubulações, interloques, botões de emergência, sinalização de advertência, intercomunicação visual e oral, etc..Plantas. O RPAS deve conter pelo menos 3 plantas (pranchas). Uma prancha contendo a Planta de Situação (localizando o serviço de radioterapia e o hospital em relação à vizinhança) em escala 1:200 ou 1:500. Uma prancha contendo a planta do serviço de radioterapia, identificando todas as instalações e sua vizinhança. Realçar as áreas blindadas. Escala 1:50 ou 1:100. Uma prancha de detalhes da área blindada, contendo planta e cortes (elevação lateral e frontal), para cada máquina de radioterapia (uma para equipamento de teleterapia, uma para braquiterapia HDR, uma para simulador, etc.). Incluir as dimensões das blindagens, a posição dos pontos de cálculos de blindagem (incluindo distância da fonte ou do isocentro). Desenhar a máquina e dispositivos auxiliares em posição, incluindo o feixe primário em todas as direções. Indicar a posição da porta, de armários, de pia e do sistema hidráulico, do sistema de condicionamento de ar, da tubulação para eletricidade, hidráulica e dosimetria, das chaves de segurança (principalmente da porta e de emergência), dos sistemas de visualização e intercomunicação, do sistema de monitoração da radiação, das lâmpadas de segurança, do controle, etc. Incluir um quadro contendo a identificação da máquina, a carga de trabalho, os limites de dose, e para cada ponto de calculo de blindagem a classificação da área e os fatores uso, ocupacional e distância. Escala 1:20 ou 1:50.


Blindagem em Radioterapia: Técnicas e Normas

4. CÁLCULO DE BLINDAGEM CONVENCIONAL
A memória do cálculo de blindagens de radioproteção é parte integrante do RPAS e deve constar em capítulo exclusivo. Todas as premissas usadas devem ser relatadas de maneira clara, obedecendo às recomendações das publicações sugeridas ao final dessa apostila. Para o cálculo de blindagens, quando geralmente se usa carga de trabalho semanal, pode-se usar os seguintes limites derivados: a) para trabalhadores: 1 mSv/semana; b) para indivíduos do público: 0,02 mSv/semana

4.1. Limites Autorizados e Classificação de Áreas
As blindagens de fontes de radiação e as dimensões da instalação devem ser tais que estejam em conformidade com os limites autorizados pela CNEN e com o princípio da otimização. Os projetos devem assegurar que as blindagens ofereçam radioproteção adequada, calculando-se inicialmente as barreiras para os limites primários de dose equivalente efetiva e, em seguida, os valores obtidos segundo o processo de otimização. As áreas onde são utilizadas radiações ionizantes, bem como sua circunvizinhança, devem ser classificadas em restritas (exclusiva para trabalhadores) ou livres (indivíduos do público). De acordo com a norma CNEN-3.01, a demonstração de otimização de um sistema de radioproteção é dispensável quando o projeto assegura que, em condições normais de operação,

Nenhum comentário:

Postar um comentário