segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A teleterapia...

A Teleterapia emprega uma fonte externa, colocada dist ncia do paciente, atrav s de um aparelho emissor de radia o. Por esta raz o, tamb m conhecida como radioterapia externa e representa a modalidade mais comum de tratamento radioter pico.

A teleterapia, introduzida na pr tica m dica no in cio do s culo, expandiu na d cada de 30 devido ao desenvolvimento dos aparelhos de radioterapia convencional com energias superiores a 130 KV (kilovolts), permitindo o tratamento de tumores profundos.

Nas d cadas de 30 e 40 surgiram as bombas de cobalto e os aceleradores lineares, com energias de MeVs (mega-eletron-volts).




planejado de acordo com a
necessidade de cada paciente e segue quatro etapas principais:


1 Etapa - Consulta M dica: Um m dico radioterapeuta ir examin -lo, far uma s rie de perguntas para saber tudo o que tem ocorrido com voc e pedir alguns exames.


2 Etapa - Reuni o para Defini o do Tratamento: quando os exames est o prontos, marcada uma reuni o para estudo da sua doen a. Diversos profissionais ir o definir a forma e o tempo do tratamento.


3 Etapa - Consulta para Programa o do Tratamento: para programar o tratamento utilizado um aparelho chamado simulador. Atrav s de radiografias, seu m dico delimita a rea a ser tratada, marcando a pele com uma tinta vermelha. A fim de que a radia o atinja somente a rea a ser tratada, em alguns casos, um molde de gesso ou de pl stico poder ser feito, para ajudar a manter a pessoa na mesma posi o durante a aplica o.

4 Etapa - Aplica es: S o feitas pelo tempo definido por seu m dico. No INCA, voc recebe um cart o contendo o nome do seu m dico, o dia e a hora da aplica o, o local e o nome do aparelho onde ser tratado. O n mero de aplica es necess rias pode variar de acordo com a extens o e a localiza o do tumor, dos resultados dos seus exames e do seu estado de sa de.


Durante a aplica o voc ficar sozinho na sala onde estar o os aparelhos. Um t cnico estar na sala de controle ao lado observando-o atrav s de um vidro especial ou por meio de uma televis o. Voc ficar deitado sob o aparelho, que estar direcionado para o tra ado sobre a pele, numa posi o determinada pelo t cnico. poss vel que sejam usados protetores de chumbo entre o aparelho e certas partes de seu corpo, para proteger os tecidos e rg os sadios.




Pode ser dividida em radioterapia superficial, semi-profunda e de megavoltagem, em fun o da energia da radia o emitida. A radioterapia externa de megavoltagem a forma mais empregada de teleterapia, sendo realizada atrav s das unidades de cobalto-60 e dos aceleradores lineares.



A teleterapia usa feixes de raios x,


Perfil de energia de feixe de raios .
raios gama ou part culas geradas distante do paciente (tele = dist ncia).






Uma s rie de equipamentos podem ser utilizados no tratamento com teleterapia, a sua escolha se faz de acordo com o tipo de radia o emitida, as caracter sticas e conseq ncias biol gicas da radia o, o tipo de tumor a ser tratado com suas vantagens e desvantagens, e as les es que afetam os tecidos normais.


Os equipamentos utilizados em teleterapia com raios-X s o os aceleradores lineares (AL), m quinas de raios-X e os equipamentos com fontes radioativas.



Aceleradores. Aceleradores lineares podem emitir, al m de raios-X, feixes de el trons com v rias energias. Esta versatilidade de extrema import ncia pois permite a realiza o de m ltiplos tratamentos utilizando apenas um equipamento.



Aceleradores lineares



Num acelerador linear el trons produzidos por um filamento aquecido s o ejetados para dentro de uma estrutura aceleradora. Ao deixar a estrutura aceleradora colidem com um alvo, produzindo tanto um espectro com componentes cont nua (efeito bremsstrahlung, ou radia o de freamento) e discreta (radia o caracter stica do alvo).



A estrutura aceleradora composta por um guia de ondas e cavidades ressonantes que transportam a onda eletromagn tica produzida pela magnetron ou klystron e transferem, gradualmente, sua energia para o el tron, acelerando-o em dire o ao alvo.


Associada ao acelerador h uma mesa onde posicionado o paciente e que apresenta 4 graus de liberdade: vertical, longitudinal, latitudinal e rotacional. O bra o do acelerador pode girar em torno da mesa.



Esquema de um acelerador linear. 1. Fonte de el trons. 2. Alvo. 3. Feixe de el trons ou f tons. 4. Mesa de tratamento.


Foto do Acelerador Linear do Servi o de Radioprote o do Hospital de Caridade de Florian polis.






Graus de liberdade de aceleradores lineares e simuladores. 1. Rota o do bra o. 2. Dist ncia foco-eixo. 3. Rota o do colimador. 4 e 5. Movimentos lateral e longitudinal do intensificador de imagem (somente simulador). 6, 7 e 8. Movimentos vertical, longitudinal e lateral da mesa. 9. Rota o da mesa no pedestal. 10. Rota o da mesa no isocentro.

Aparelhos de raios-X
Um aparelho de raios-X para tratamento superficial difere de um acelerador apenas no mecanismo de acelera o, que consiste de dois eletrodos, que, sob tens o, formam um campo el trico que acelera os el trons (com energias de keV s, muito mais baixas que as atingidas por um acelerador linear).


Aparelhos de raios-X. raios-X


importante salientar que tanto os aceleradores quanto os aparelhos de raios-X n o possuem material radioativo em seu interior, produzindo radia o quando os el trons acelerados colidem com um alvo.

Aparelhos de raios-g (gama).
Os aparelhos emissores de raios gama utilizados na teleterapia s o equipamentos semelhantes aos aceleradores somente na apar ncia. Sua fonte de radia o uma pastilha de material radioativo (geralmente 137Cs ou 60Co) colocada numa c psula dentro do aparelho que, quando aberta, emite radia o.

Aparelhos de raiosg (gama)


O Hospital de Caridade possui um equipamento de telecobaltoterapia modelo Gammatrom III da Siemens, com fonte de cobalto-60, que emite raios gama com energias de 1,33 MeVs e 1,17 MeVs.


Foto do aparelho de telecobaltoterapia (Gammatron) do Servi o de Radioterapia do Hospital de Caridade de Florian polis.



Equipamento de Teleterapia


Para prote o do paciente, necess rio proteger estruturas ou rg os que apresentem limita es de dose e a toler ncia da pele na rea tumoral n o deve ser excedida.


Com rela o ao local de aplica o da teleterapia e a prote o dos funcion rios a Comiss o Nacional de Energia Nuclear(CNEN) deve aprovar o projeto da sala, havendo uma vistoria para que se possa us -la. As paredes s o dimensionadas de tal forma que n o h vazamento de radia o para al m da sala, como a sala do t cnico, de onde ser acionado o aparelho. A disposi o das paredes em forma de labirinto, o que confere maior prote o.

Al m disso, existem circuitos de seguran a em que todas as portas s o interligadas com o circuito do aparelho. Logo quando qualquer destas portas s o abertas o aparelho desliga-se rapidamente. H tamb m monitores de v deo para supervisionar dist ncia o local da teleterapia e o paciente.

Equipamentos de higiene utilizados na sess o de Teleterapia


Com rela o aos tecidos atingidos durante o tratamento, a irradia o atinge os tecidos normais e doentes por igual, entretanto quanto maior o ndice mit tico do tecido, maior a sensibilidade.


Os tecidos mais radiossens veis sofrem maior dano que outros, menos radiossens veis, usando-se a mesma dose de radia o. Os tecidos de grande atividade mit tica, como a pele, mucosa, tecido hemocitopoi tico, aparelho digestivo e certos tumores s o considerados de resposta r pida a radia o (externam rapidamente suas altera es) e aqueles de pequena atividade proliferativa, como tecido sseo, muscular e nervoso, tecidos de resposta lenta.




Certos tecidos por m, como o linf ide, respondem rapidamente a radia o e n o possuem grande atividade proliferativa.




A radioterapia externa geralmente realizada em uma nica sess o di ria durante cinco dias da semana (de 2 a 6 feira). Em alguns casos, pode ser indicado o regime de hiperfracionamento, com a aplica o de duas ou mais doses intervaladas no mesmo dia.

Antes de cada sess o, o paciente deve retirar suas roupas e substitu -las por um avental do hospital. Por isso, melhor que compare a ao local com roupas confort veis e f ceis de trocar. Para o dia da simula o sugere-se que as roupas sejam de cor escura pois s o feitas marcas na pele com caneta hidrogr fica que podem manch -las, quando do t rmino de todo o procedimento.

Durante as sess es de tratamento, o paciente posicionado para a aplica o, junto ao aparelho de radioterapia, de acordo com as marcas em sua pele, reproduzindo as condi es da simula o.


Em alguns casos s o utilizados blocos protetores, colocados no aparelho, capazes de proteger das radia es reas do corpo especialmente sens veis.


As aplica es s o realizadas com o aparelho em diferentes posi es, orientadas pelas marcas dos campos de radia o. O operador do aparelho de radioterapia controla a aplica o de fora da sala de tratamento, atrav s de monitores de TV. Durante as sess es, o paciente pode se comunicar pelo microfone. Cada sess o leva de 5 a 20 minutos, sendo que a radia o aplicada de 1 a 5 minutos. A radia o n o pode ser vista, n o causa dor e n o tem cheiro.

O tempo e dura o do tratamento dependem do tipo de tumor, seu tamanho e localiza o. Isto j conhecido a n vel experimental: assim o tempo e dura o do tratamento s o dependentes das diferentes radiossensibilidades, espec ficas de cada tumor.


Monitoramento do aparelho




Os efeitos colaterais podem ser classificados em imediatos e tardios. Os efeitos imediatos s o observados nos tecidos que apresentam maior capacidade proliferativa, como as g nadas, a epiderme, as mucosas dos tratos digestivo, urin rio e genital, e a medula ssea. Eles ocorrem somente se estes tecidos estiverem inclu dos no campo de irradia o e podem ser potencializados pela administra o simult nea de quimioter picos. Manifestam-se clinicamente por anovula o ou azoospermia, epitelites, mucosites e mielodepress o (leucopenia e plaquetopenia) e devem ser tratados sintomaticamente, pois geralmente s o bem tolerados e revers veis.
Os efeitos tardios s o raros e ocorrem quando as doses de toler ncia dos tecidos normais s o ultrapassadas. Os efeitos tardios manifestam-se por atrofias e fibroses. As altera es de car ter gen tico e o desenvolvimento de outros tumores malignos s o raramente observados. Todos os tecidos podem ser afetados, em graus variados, pelas radia es. Normalmente, os efeitos se relacionam com a dose total absorvida e com o fracionamento utilizado. A cirurgia e a quimioterapia podem contribuir para o agravamento destes efeitos.






















Casos tratados no Hospital do C ncer Antonio C ndido Camargo (SP) pela Teleterapia em 2000.

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